Eliane Weizmann, Camila Santos, Natalie Davantel e Indio San compõem uma mesa redonda para falar como são descobertas e desenvolvidas as tendências de Design.
Data
11 fevereiro 2025
Eliane Weizmann, Camila Santos, Natalie Davantel e Indio San compõem uma mesa redonda para falar como são descobertas e desenvolvidas as tendências de Design.
As grandes revoluções na comunicação aconteceram quando houve um avanço em sua propagação. No começo, com a prensa móvel de Johann Gutenberg, em 1450, ela permitiu que a população massificada tivesse acesso a informações e ensinamentos, algo que era restrito somente a seletos grupos da sociedade.
Nos dias atuais, guardadas as devidas proporções, passamos por outra grande transformação. Temos acesso a notícias do mundo inteiro e conseguimos buscar referências sobre quase todos os tópicos – e, como diz o ditado: o que não tem no Google, não existe.
Pensando nessa fase em que testemunhamos a história da comunicação ser escrita e diagramada, o IED realizou um talk com Eliane Weizmann, Natalie Davantel, Indio San e Camila Santos, professores e especialistas da área que se uniram com o objetivo de olhar para o passado, refletir o presente e prospectar o futuro.
A mesa de debate sobre os principais desafios do design de comunicação contemporâneo levou em consideração aspectos tecnológicos como IA, gestão de projetos e equipes criativas e perspectivas futuras. O diálogo sobre os caminhos da comunicação não é algo novo, e algumas das previsões feitas se concretizaram, sendo pautas atuais de discussão, como o caso da Inteligência Artificial. A história, agora, repete-se, e já se fazem previsões sobre o que virá por aí no Design.
Primeiro de tudo, é necessário ter conhecimento sobre o passado. No Design Especulativo, analisar de maneira crítica o contexto e as dores da sociedade é o que gera tendências de comunicação.
Por exemplo, antes da Inteligência Artificial ser assunto principal em rodas de conversa do Design, ela era discutida como um recurso de ficção científica. Agora, que ela está presente e se consolidando no mercado, os temas de conversa são a crise ambiental, o impacto da IA na sociedade e como os sonhos podem ser ferramentas para especular o futuro.
Assim que as conversas surgem, o Design estratégico entra em jogo para fazer uma espécie de “De; para” com um mapeamento das discussões levantadas e como é possível tornar as ideias em realidade.
O método principal é a Matriz de CSD (Certezas, Suposições e Dúvidas). Nele, o projeto é levantado em um framework e, incentivado pelo trabalho colaborativo, permite centralizar e organizar informações, deixando a tomada de decisão muito mais ágil. Com isso, o time e as pesquisas conseguem evoluir gradativamente.
Por mais que conheçamos o recurso da Inteligência Artificial, ainda não exploramos todo o potencial dela. A cada dia que passa, novas funcionalidades são integradas e, com isso, os caminhos do Design se abrem para quem quiser explorá-los.
Enquanto a máquina depender de comando para agir, os profissionais que sabem como passar instruções serão aqueles que a dominarão. É certo dizer que a IA possui diversos usuários, mas são poucos que conseguem de fato extrair um pouco mais dela.
Quem tem olhos treinados para o Design consegue distinguir com facilidade as mídias que foram geradas por ferramentas. Alguns são mais óbvios, como dedos sobrando ou posições inconsistentes das roupas; enquanto outros precisam de mais atenção na iluminação, reflexos e sombras. Com o tempo, tanto a plataforma quanto as pessoas aprenderão a produzir conteúdos mais fiéis à realidade. E, como foi levantado pelo talk, “A IA servirá como complemento para quem tiver talento, e não como criadora.”
Eliane Weizmann
Mestre em Artes Visuais pela Unesp (2006), pós-graduada em Design de Hipermídia pela Universidade Anhembi Morumbi (2004), graduada em Licenciatura em Educação Artística pela Fundação Armando Álvares Penteado (1990). Atualmente, é coordenadora e professora do Bacharelado em Design Gráfico e Digital do IED. Foi coordenadora da Graduação Tecnológica de Produção Multimídia e Design Gráfico e do Bacharelado em Design Gráfico do IED SP. Foi coordenadora do programa educativo do FILE - Festival Internacional de Linguagem Eletrônica, atuando por 20 anos no festival. Tem experiência em educação formal e não formal em artes, design, tecnologia e novas mídias.
Indio San
Professor nos cursos de Design Gráfico e Digital, Moda, Produto e Serviço, e também Coordenador de e-learning no Istituto Europeo di Design - IED. Tem bacharelado em Design Gráfico (UFSM/2001) e Pós em Design Estratégico e Inovação (IED/2021). Como diretor criativo em seu estúdio, que tem uma abordagem multidisciplinar de design, colabora com as principais editoras, emissoras, agências e escritórios de design do Brasil, apresentando um amplo repertório de soluções com mais de 1200 projetos publicados, ao longo dos 20 anos de carreira.
Camila Almeida
Designer Estratégica e facilitadora que atua desde 2012 no desenvolvimento de projetos de inovação a partir do design para terceiro setor, mercado e governo. Professora nos temas de Design de Experiências e Inovação na ESPM e Gestão da Inovação na Casa Firjan. Palestrante do TEDx Mauá, Bienal Iberoamericana de Design e TDC São Paulo.
Natalie Davantel
Designer, futurista, pesquisadora, docente e multiartista. Graduada em Design de Produto (IMT) e Especialista em Antropologia Cultural (PUC). Tem experiência em futuros e inovação, desenvolvimento de relatórios e cenários de futuros e implantação de laboratórios de futuros para empresas e terceiro setor, tendo atuado como líder de projetos em consultorias de inovação no Brasil e Portugal. Pesquisa metodologias de estudos de futuros decoloniais, design especulativo e prospectivo para impacto social. Foi co-fundadora do coletivo Poli.Futuros, pensando metodologias para co-criação de novas imagens de futuros para transformação social em colaboração com a cadeira da UNESCO de Imagens de Futuros e Co-Criação da Bélgica. Atualmente, desenvolvendo Makeda - laboratório de inteligência em futuros - que reflete, critica, explora e especula novos futuros através de experimentações em design especulativo e prospectivo.
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