Data

08 fevereiro 2025

Sabia que as cores de um ambiente podem causar sentimentos? O profº Andrés Parallada explica os modelos cromáticos principais, suas aplicações e características.

As cores têm o poder de transformar o mundo ao nosso redor e a forma como o percebemos. Talvez você já tenha escutado alguém dizer que uma pessoa otimista “enxerga as coisas com uma lente cor-de-rosa” ou que alguém com uma visão mais negativa tem uma “visão cinzenta” da vida. Esses ditos populares mostram como as cores podem influenciar nosso estado de espírito.

No design de interiores, o uso das cores vai além da estética; elas podem afetar a forma como nos sentimos e até como interagimos com o ambiente. Por exemplo, nas produções cinematográficas, o uso de filtros amarelos para representar cenários quentes, como os encontrados no México, se tornou uma prática comum, até adquirindo uma aura cômica. Por outro lado, filmes que buscam transmitir tristeza ou melancolia frequentemente usam tons de azul para ajudar a criar esse clima.

E as cores não são exclusivas das telonas! O mesmo princípio é aplicado em muitos dos espaços que frequentamos diariamente. Durante o talk “Design de Interiores: Cores na Prática”, o professor Andrés Parallada compartilhou insights sobre como as cores podem ser usadas para criar atmosferas e influenciar comportamentos em ambientes reais.

Acompanhe a aula completa no vídeo abaixo ou, se preferir, siga com o resumo que preparamos para você.

Assista ao vídeo completo aqui

A Influência das Cores no Cotidiano

Para ilustrar a aplicação das cores no design de ambientes, vamos olhar para um exemplo bem próximo de nós: a capital paulista. Quem já andou na linha amarela do metrô de São Paulo provavelmente percebeu a identidade única dos vagões. Esse projeto foi desenvolvido pelo renomado designer alemão Alexander Neumeister, uma das referências globais no design de trens e metrôs.

Entre seus projetos mais icônicos, estão os trens-balas do Japão, a linha amarela do metrô de São Paulo e os vagões do Express da China. O trabalho de Neumeister visa equilibrar estética e alta performance, com um impacto direto no comportamento dos usuários.

A combinação de cores nos vagões traz uma elegância sutil à estação e, de certa forma, reflete diretamente no comportamento dos passageiros. Isso nos mostra que as cores realmente têm o poder de influenciar emoções e atitudes.

Modelos Cromáticos: O Que São e Como Funcionam?

O professor Andrés Parallada explica que existem dois modelos principais de aplicação de cores no design de interiores: os cromáticos convencionais e os sensório-perceptuais. Ambos são amplamente utilizados, mas com diferenças significativas.

Modelos Cromáticos Convencionais

Este é o modelo mais tradicional e utiliza uma abordagem mais simples, agrupando cores em busca de harmonias. Segundo o professor Parallada, embora seja um ponto de partida útil, o modelo convencional não pode ser considerado uma fórmula rígida para todas as situações. Afinal, como ele mesmo diz, “Nem todos os verdes combinam com todos os laranjas.”

Modelos Cromáticos Sensório-Perceptuais

Por outro lado, o modelo sensório-perceptual permite o desenvolvimento de uma sensibilidade cromática (uma habilidade essencial para trabalhar com paletas de cores). Ao contrário do modelo convencional, que trabalha com tonalidades limitadas e transições bruscas, o modelo sensório-perceptual explora uma paleta mais ampla e flexível, com mudanças de tons mais suaves.

Sensibilidade de Cores do Triângulo Cromático

No modelo sensório-perceptual, o triângulo cromático é um grande aliado. Sua estrutura traz uma progressão de tons, com a parte superior representando os tons de menor intensidade e a parte inferior, as versões mais escuras. Essa abordagem ajuda na escolha de paletas de cores mais complexas e harmoniosas, essenciais para o design de ambientes personalizados.

A Teoria na Prática

Durante o talk, Parallada trouxe exemplos de como diferentes variações de cores dentro do mesmo triângulo cromático podem criar ambientes harmoniosos e agradáveis sem que o cliente perceba que as cores pertencem à mesma paleta. Ele usou, por exemplo, diferentes tons de vermelho, combinando-os com branco, para dar uma sensação de elegância e sofisticação em um projeto de longa escala.

O professor também compartilhou o uso do NCS Digital Atlas 1950, uma ferramenta que apresenta 1950 variações de cores com seus códigos universais e dentro do padrão CMYK. Essa ferramenta é essencial para arquitetos e designers, pois permite padronizar projetos de forma precisa e confiável.

Apresentando o Apresentador

Andrés Parallada

Designer industrial formado pelo Centro de Diseño Industrial de Montevidéu, Uruguai, Andrés Parallada tem uma carreira que inclui colaborações com grandes nomes do design, como Alexander Neumeister, e prêmios internacionais, incluindo o «Red Dot Design Award». Ele também foi palestrante no TEDxMontevideo e tem mais de 20 anos de experiência no campo do design. Hoje, Andrés dirige a “UNO MODO Design” no Brasil e no Uruguai.

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