Em uma das lives do Design em Foco, com o tema Neurociência e a Experiência Sensorial no Design de Interiores, a professora e coordenadora Andréa de Paiva apresentou como os sentidos são influenciados pelas disposições de cores, luzes e sons dentro de um espaço. O vídeo na íntegra você assiste abaixo.
Assista ao vídeo aqui
Nos parágrafos seguintes, recapitulamos os principais pontos que ela trouxe na live, além de complementar com outros estudos que reforçam. Pois, como ela mesma disse, Neurociência e a Experiência Sensorial no Design de Interiores é um tema complexo que poderia ser discorrido por muitas horas.
O que os olhos não veem, o cérebro completa
O ambiente é capaz de transmitir uma série de informações sensoriais ao nosso cérebro, seja com cor, luz ou formas fractais. A partir da absorção delas, nós somos capazes de criar uma interpretação da realidade e, por consequência, extrair sentimentos dela.
No Design em Foco, a professora Andréa deu o exemplo da sala de cirurgia de um hospital. “Ela tem um tom meio esverdeado que reduz o estímulo nos cones dos olhos”, pontua, enquanto chama a atenção para a relação da escolha de cores que resultam na redução do estresse dos médicos e enfermeiros.
Formas fractais
Outro ponto importante que ela reforça na execução de projetos é o uso de formas fractais – padrões repetidos em diferentes escalas que fogem da geometria euclidiana tradicional.
Os fractais remetem aos elementos encontrados na natureza, mesmo sem trazer a cor verde. Um dos benefícios do seu uso em ambientes é promover os mesmos benefícios físicos e mentais de estar ao ar livre.
O aumento no bem-estar é resultado da produção de ondas cerebrais alpha, que ocorrem quando olhamos para fractais complexos que, não por coincidência, aparecem em grande frequência no ecossistema, basta olhar para os padrões quase hipnotizantes de uma folha ou floco de neve.
O tema, inclusive, tem conexão com o design biofílico – assunto que deixaremos para apresentar no futuro.
Sonic Seasoning
Tradução literal de “tempero sonoro”, a sua aplicação no design de interiores segue exatamente a lógica de influenciar estímulos cerebrais por meio de barulhos ou sons.
Já se perguntou se há um significado por trás das trilhas sonoras dos restaurantes? O Sonic Seasoning é a prova que não, pois alguns estudos atestaram os efeitos que diferentes trilhas exercem na percepção de sabor.
Por sinal, existem outros cenários em que os elementos de composição de um ambiente afetam a nossa interpretação.
A manipulação dos cinco sentidos
Estudos realizados ao redor do mundo mostram como os nossos sentidos são facilmente manipulados pelo Design de Interiores a fim de aumentar o bem-estar. Como falamos do Sonic Seasoning no campo do paladar e da cor da sala de cirurgia para a visão, apresentaremos os outros três.
Olfato
No Japão, cientistas conduziram um estudo em que o aroma de cedro em ambientes fechados aumentou a produção de DHEA-s, um hormônio que diminui os níveis de estresse e beneficia a força muscular, além de outros impactos positivos.
Tato
Diferentes texturas podem manipular a percepção das pessoas. Um experimento nos Estados Unidos usou materiais diferentes na cadeira durante um processo seletivo de emprego para identificar que os usuários reagiam de maneira diferente ao entrevistador se a cadeira era de madeira ou estofado.
Audição
Ambientes barulhentos afetam diretamente a performance escolar dos estudantes. Essa foi a conclusão de uma pesquisa na França que testou a influência da poluição sonora dentro e fora da sala de aula. Em ambos os casos, houve a constatação que o aprendizado foi prejudicado.
Experiência multissensorial
E o que acontece quando há a presença de um ou mais elementos provocando múltiplos estímulos ao mesmo tempo? A experiência multissensorial tem a resposta para essa pergunta.
Quando somos incentivados a usar mais de um sentido em determinado lugar ou evento, a tendência de lembrarmos positivamente dele é maior. Parques de diversão temáticos são reconhecidos por explorar esse recurso, impactando os visitantes a todo momento sem que eles percebam.
Para não perder o hábito nesta matéria, resgatamos outro estudo, desta vez do Reino Unido, que realizou degustações de vinho dentro de um só ambiente, mas com combinações de sons e iluminações diferentes.
Resultado: quando o espaço foi iluminado em vermelho e a música era melódica, houve um aumento de 9% na satisfação dos clientes. Por outro lado, o ambiente verde com música um pouco mais intensa aumentou a insatisfação em 14%.
A evolução do Design de Interiores
Para uma área se manter relevante no mercado, ela precisa abraçar as tendências ao seu redor. O Design de Interiores passou por esse processo recentemente, assim como o Design de Moda. Montar um projeto de ambiente, hoje, exige que o profissional tenha conhecimento sobre tendências e comportamento para dar um toque de personalidade a espaços, ambientes e móveis.
A Neurociência e a Experiência Sensorial no Design de Interiores são umas das vertentes que tornam esse setor ainda mais amplo e complexo. Mesmo sendo um conceito novo, ele possui grande potencial de desenvolvimento para as pessoas que buscam áreas do Design para se especializar.
Assim como a Andréa fez na live do Design em Foco, nós reforçamos o convite para você conhecer e se inscrever no Curso de Extensão Interiores e Neurociência: Design focado em Pessoas.
Ao longo dele, você irá desenvolver um entendimento aprofundado sobre como determinadas características do ambiente afetam seus usuários, além de aprender aplicar diferentes estratégias de projeto com foco na experiência do usuário e no seu bem-estar de longo prazo.
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