Data

08 novembro 2023

De olho nos desafios e oportunidades que os profissionais de design gráfico e digital encontrarão pela frente nos próximos meses, conversamos com Eliane Weizmann, Almir Mirabeau e Indio San para saber mais.

Por se tratar de uma área em constante evolução, quem trabalha com design precisa sempre se atualizar e ficar por dentro de novas referências que surgem a todo momento. Em meio às novidades, quais as tendências devemos acompanhar, quais profissões estarão em alta e quais as principais habilidades os profissionais da área devem desenvolver? 

Para responder a essas perguntas, conversamos com a coordenadora e professora da graduação em Design Gráfico e Digital do IED São Paulo, Eliane Weizmann, e os professores Índio San e Almir Mirabeau (coordenador do curso One Year em Design Gráfico e Digital do IED Rio).

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O que o futuro reserva para o Design Gráfico e Digital?

A área de Design gráfico e digital tem se ampliado bastante, ocupando um espaço de protagonismo em diferentes frentes que vão muito além de criar a arte final de um produto ou de uma comunicação. 

“O designer cada vez mais está em posição de decisão e articulação de soluções de problemas em empresas, ONGs, instituições culturais, conectando intenções, estratégias, conteúdos, comunicações e soluções estéticas”, explica Eliane Weizmann. “O mercado está se abrindo e compreendendo este potencial com diferentes oportunidades através de equipes transdisciplinares.” 

Almir avalia a indústria gráfica em si: “a tendência é o aumento contínuo na produção de embalagens, e, no caso do editorial, o foco deve se manter em nichos, edições de luxo e os best sellers de sempre.”

O professor também faz uma análise macro da área e acredita que cada vez mais teremos demandas para mídias sociais, videografismo e edição de vídeo. Essas demandas impulsionam a produção de identidades visuais e consequentemente o Branding, ainda que UX (User Experience) seja o que oferece a maior empregabilidade e os maiores salários, porém a bolha estourou e o mercado se retraiu muito nesses últimos meses. 

O Design Thinking se posicionou como um gerador de inovação e está totalmente articulado com a área de marketing. A visualização de dados se tornou a nova fronteira, pois a análise de dados é a pedra de toque para BI (Business Intelligence), e gerou uma grande demanda por profissionais que trabalham com visualização de dados.

Qual profissão ou skill será mais valorizada esse ano?

Almir destaca as funções de Product Designer, Designer com domínio em Front-end, Designer de informação (dataviz), Diretores de arte com habilidades em motion design.

No entanto, Eliane reconhece que em relação a oportunidades, “há um déficit gigantesco de profissionais capacitados em novas tecnologias e principalmente programação. Cargos de UX sênior e dev estão super valorizados. Também há uma grande demanda por profissionais criativos e com domínio de softwares para motion graphics, criação de projeto gráfico, coordenação de equipe e gestão de projeto”.

Para a professora, o designer gráfico e digital precisa ser curioso, gostar de criar soluções novas, buscar sempre estar em desenvolvimento, ter autonomia, saber gerir seu tempo, ter interesse por inovação, experimentação e gostar de compartilhar conhecimento.

Quais tendências de mercado para ficar de olho?

Quando o assunto são tendências, Eliane afirma que vale ficar atento para soluções que envolvam o meio ambiente, sustentabilidade e impacto social. Ela cita como exemplo a Editora Mol, que desenvolve produtos editoriais para diversas empresas que têm a preocupação com responsabilidade social, tais como Marisa, Drogasil, Pernambucanas, Petz, entre outras e que estão investindo em produtos gráficos que promovam experiências para seus clientes e contribuindo com instituições sociais.

Outra tendência é a IA (Inteligência Artificial), vídeo/streaming e IoT (os últimos 2 impulsionados pelo 5G). “Muitas empresas ficaram mais digitais após a pandemia, gerando mais oportunidades na área, as big techs estão contratando cada vez mais designers, comparativamente aos anos anteriores, e designers que antes estavam mais em agências/consultorias, hoje estão mais em departamentos dentro das empresas mais bem estruturadas e trabalhando de forma transdisciplinar, em squads”, explica a professora.

Almir também reforça que uma das tendências mais expressivas em qualquer área nos próximos anos será a inteligência artificial e aprendizado de máquina. “Isso aliado a Big Data, Data Science e internet das coisas (IOT) serão caminhos sem volta. Provavelmente as profissões que trabalharão nessas áreas nem foram criadas ainda, mas será um processo rápido.”

O professor Indio San listou as principais tendências para design gráfico e digital:

  • Integração de realidade aumentada e 3D no design

  • Uso de cores fortes e vibrantes

  • Elementos desenhados à mão e orgânicos no design

  • Uso de tipografia cinética em motion graphics

  • Layouts assimétricos e designs com grids quebrados

  • Design responsivo para diversos dispositivos e tamanhos de tela

  • Uso de micro interações e animações

  • Uso de design generativo e ferramentas assistidas por IA

  • Uso de tipografia ousada e letras personalizadas

  • Uso de realidade virtual e aumentada em interfaces de usuário.

Tendências de Design para ficar de olho

Para conhecer melhor algumas das tendências para esse ano, tivemos ajuda do professor Indio San para entender algumas das oportunidades que estão à nossa frente. 

Integração de realidade aumentada e 3D no design

A tecnologia de realidade aumentada e 3D está se tornando cada vez mais acessível e, como tal, está sendo cada vez mais utilizada em projetos de design. Isso permite criar experiências interativas e imersivas para o usuário, além de oferecer novas maneiras de exibir informações e conteúdo.

Uso de cores fortes e vibrantes

As tendências de design estão se movendo em direção a cores mais ousadas e vibrantes, com o objetivo de chamar a atenção e criar uma forte presença visual. Isso pode ser visto em projetos de branding, publicidade e design de produto, entre outros.

Elementos desenhados à mão e orgânicos no design

A tendência do design orgânico está voltando ao topo, e designers estão usando elementos desenhados à mão, como ilustrações e tipografia, para adicionar personalidade e humanidade aos projetos. Isso pode ser visto em projetos de branding, design de packaging e design de interfaces.

Uso de tipografia cinética em motion graphics

A tipografia cinética é uma técnica que dá vida às palavras e frases, tornando-as parte da animação. Isso é usado para criar efeitos de movimento e dinâmica em vídeos e animações.

Layouts assimétricos e designs com grids quebrados

A tendência de layouts assimétricos e designs com grids quebrados é criar uma sensação de movimento e dinamismo, e isso pode ser visto em projetos de branding, design de interfaces, e design de mídia.

Design responsivo para diversos dispositivos e tamanhos de tela

Com a crescente popularidade de dispositivos móveis, é essencial que os projetos de design sejam responsivos, adaptando-se automaticamente a diferentes tamanhos de tela e dispositivos.

Uso de micro interações e animações

Micro Interações e animações são pequenos efeitos que dão vida aos projetos, tornando-os mais interativos e atraentes. Isso é usado em projetos de design de interfaces e design de sites.

Uso de design generativo e ferramentas assistidas por IA

O design generativo é uma técnica que utiliza algoritmos para criar designs automatizados e personalizados. Isso permite a criação de designs únicos e personalizados.

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