Data

31 maio 2023

Confira nosso papo com o IED Alumni Ney Almeida e suas aventuras pelo mercado internacional de design.

Ney Almeida nasceu no estado do Piauí, no nordeste do Brasil. Estudou Design de Interiores em sua cidade natal, Teresina, antes de se mudar para o Rio de Janeiro para estudar Design de Mobiliário no IED Rio. A paixão pelo design o levou a participar da terceira edição da exposição Novos Talentos Brasileiros – Design e Arte realizada no Rio de Janeiro.

Em parceria com seu irmão criou o Estúdio Bloco A, focado em design de móveis. A dupla busca mesclar sua identidade com suas referências artísticas e culturais em suas peças de design.

Recentemente foram selecionados para participar da 5ª edição do Prêmio RoPlastic, da renomada curadora italiana Rossana Orlandi, em Milão. O prêmio é dividido em categorias, atualizadas a cada edição, reunindo os setores educacional e empresarial para destacar inovações criativas e tecnológicas no campo do design. Durante a Milano Design Week, os projetos dos finalistas do Prêmio RoPlastic são exibidos em uma exposição aberta ao público. Após o sucesso na participação na Semana de Design de Milão, os irmãos fomam selecionados para um outro evento importante no calendário mundial do Design, também na Itália: a quarta edição da Bienal de Design de Veneza.

A peça selecionada foi a Mesa Curupira, uma peça inspirada na lenda brasileira do Curupira, um astuto protetor da floresta. Feita de plástico reciclado, essa mesa é o resultado da colaboração entre os irmãos piauienses Ney e Igor Almeida e o artista plástico francês Johé Bruneau.

Confira nosso papo com o IED Alumni Ney Almeida e suas aventuras pelo mercado internacional de design.

 

 

Como foi a decisão de fazer o curso no IED: expectativas - desafios e realizações?

Bom, no fim da minha graduação em Design de Interiores na minha cidade natal, Teresina, eu já sabia que queria me especializar em Design de Mobiliário. Por isso, eu já tinha começado a fazer uma pesquisa das instituições que tinham este curso de pós-graduação. Então, em uma visita ao meu irmão que morava no Rio de Janeiro na época, eu decidi ir visitar o prédio do IED (que na época ficava na Urca) e fiquei apaixonado por toda a atmosfera de criação e liberdade que encontrei lá. Isso unido a grade curricular e todo o corpo docente, me fizeram decidir ingressar no Saperfare em Design de Mobiliário do IED Rio.

 

Sua relação com o design mudou? O que mudou em você como profissional depois da realização do curso? Se sentiu pronto para o mercado?

Logo após minha graduação e um pouco antes de ingressar no curso do IED, eu fui pra Florença, na Itália, fazer um curso de verão em Mobiliário. Esse foi meu primeiro contato mais específico e aprofundado na área e me fez ter a certeza de que era essa a carreira que eu queria seguir.

Então após esse curso rápido de um mês, eu me senti pronto para cursar o Saperfare em Design de Mobiliário do IED. E, para mim, foi uma decisão muito acertada. No IED eu tive a oportunidade de entender e conhecer mais a fundo essa parte do Design que tanto me chamou a atenção desde a faculdade. Pude também ter contato com empresas e profissionais da área, que geralmente trocavam ideias com os alunos e dividiam experiências, por meio de palestras ou até mesmo conversas mais diretas dentro de sala de aula.

Dessa maneira, quando terminei o curso me senti muito mais seguro e confiante para continuar meu processo de aprendizagem (que sempre continua, é muito importante continuar buscando conhecimento sempre), e para minha entrada para o mercado.

 

Como foi o início do seu empreendimento, o Estúdio Bloco A? Passado o primeiro momento como foi o desenvolvimento do seu trabalho no mercado e as novas conquistas?

Na verdade, eu e o Igor, meu irmão, que é o meu parceiro no Estúdio, estamos formalizando essa união agora. O Estúdio foi planejado ano passado quando eu passei uma temporada com ele em Paris (onde ele mora há 5 anos) e decidimos por oficializar essa união criativa que já acontece desde sempre. Nós sempre trocávamos muito em relação a todos nossos projetos, eu no campo do Design e ele no campo da Arte.

 

Como foi descobrir que era finalista do prêmio RoPlastic 2023 e ter seu móvel exposto durante o Salone del Mobile?

Foi incrível! Nós nos preparamos muito para ele. Eu soube do concurso em 2020 quando estava fazendo meu mestrado em Milão, na Itália, e a própria Rossana Orlandi foi até a escola para uma palestra, falar sobre o prêmio e convidar os alunos a participarem. Então, no final do ano passado, eu e o Igor começamos a desenhar e a ter algumas ideias para inscrever e chegamos até a ideia da Mesa Curupira. Foi quando após algumas pesquisas sobre quem poderia executar a peça, encontramos o Johé Bruneau, um artista plástico e designer francês que fez uma execução com muita maestria.

Quando recebemos o e-mail contando que havíamos sido selecionados como finalistas ficamos muito felizes. Ter a oportunidade de expor um trabalho durante a Semana de Design de Milão sem dúvidas é um sonho para a maioria dos designers.


Quais seus planos para o futuro?

Após a nossa participação na Semana de Design de Milão, nós fomos selecionados para um outro evento importante no calendário mundial do Design, também na Itália. Nós vamos expor nossa Mesa Curupira na quarta edição da Bienal de Design de Veneza. 

Além disso, a gente quer dar continuidade ao nosso trabalho. Durante o concurso RoPlastic, nossa peça estava sendo apresentada na categoria “Arte e Design Colecionável”, e isso nos abriu o olhar para essa parte do Design que a gente mais se identifica e admira, pois a maioria das nossas referências e grandes inspirações estão mais voltadas para o “Art Design”. Então seria incrível poder ter mais oportunidades para explorar mais esse lado, e seguir criando peças autorais, de design assinado e peças que transitam entre a arte e o design.

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