Ano acadêmico
2021/2022
Centenas de anos se passaram desde o surgimento do automóvel, entretanto, ele é essencialmente o mesmo em cumprir a sua função, atualizando-se majoritariamente em motorização, segu rança e aparência. Hoje são muito perceptíveis as mudanças de comportamento e costumes que as pessoas têm quando com paradas àquelas de cem anos atrás, então por que o carro continu ou funcionalmente o mesmo por tanto tempo?
O carro é um dos bens de consumo mais complexos e naturalmente caros que se encontram no mercado
e por isso envolve a junção de muitos contextos racionais e emocionais que justificam a sua compra ou contratação. Existem muitas ramificações dentro e fora do automóvel que são passíveis de redesenho, tornando inviável projetualmente e financeiramente mapear todas elas e redesenhá-las ao mesmo tempo, por isso, é importante começar separando por tópicos de interesse os componentes que mais interferem na realidade dos consumidores.
Dessa forma, foram eleitos três pilares nos quais este problema se sustenta. Cada um deles resume a falta de adaptação funcional dos veículos, nos respectivos contextos de uso em que se inserem:
Personalização: considerando que o carro de hoje não é pensado para o contexto urbano contemporâneo, envolve muito pouco a experiência do usuário. O automóvel é quem dita o uso e não o usuário, como deveria e ser. Portanto, redesenhá-lo de forma mais profunda, é essencial. Percebe-se que os mesmos parâmetros ainda permanecem inalteados e que somente são agregadas novas tecnologias sustentáveis e de conectividade.
Interior: mais do que nunca, o interior do automóvel precisa ser levado em consideração na hora de se projetar por que é um local que será explorado em todos os cenários de uso. Por muito tempo, ele foi desenvolvido com base nas escolhas de Design do seu exterior e discutido, fundamentalmente, a partir de questões estéticas. É necessário levar em consideração todos os possíveis usos que vão além do deslocamento, para aproveitar ao máximo a quantidade de espaço que o automóvel ocupa.
Interatividade: a indústria automobilística foi rapidamente ultrapassada pelas inovações tecnológicas que cresceram rapidamente no século XXI. Por conta disso, surgiu a necessidade de implementar rapidamente algumas dessas novas tecnologias nos carros e a principal solução foi trazer o smartphone para o painel, por meio de telas no sistema de multimídia. Mesmo sendo essa uma solução sólida, ela não se integrou de maneira natural no uso: surgiram desdobramentos de segunda ordem, como por exemplo, a distração dos motoristas que podem causar acidentes.
O método utilizado é o indutivo, em que pretende-se observar de maneira primordial os padrões de comportamento dos usuários de automóveis, bem como os aspectos externos (mobilidade urbana na cidade de São Paulo) e internos (tecnologia, segurança e aparência) do veículo. A partir disso os dados foram comparados e estruturados para que fosse possível estabelecer diretrizes projetuais a partir destas análises. Trata-se de uma pesquisa exploratória cujo objetivo é familiarizar-se com a temática de User Experience no setor automobilístico.
O objetivo deste projeto é buscar formas de colocar o usuário no centro, mapeando as necessidades, as tendências, as dores e os gostos das pessoas que usam o carro como meio de trans porte. A partir do mapeamento dessas necessidades, é voltado o olhar para o carro enxergando os pontos que podem causar dores, ou possuem o potencial de melhorar o uso do carro de maneira considerável.
É importante enfatizar que um dos principais focos é garantir que as soluções de User Experience sejam de fácil aplicação industrial mantendo baixo custo e baixa complexidade, a fim de garantir o acesso a um maior número de usuários.. Assim é mantido o olhar para o agora, ao mesmo tempo que é traçado um roadmap de melhoria escalável para o futuro.