A economia criativa é um setor que gera cada vez mais empregos e renda para os profissionais do mundo todo.
Mas você sabe por quê?
Isso não se deve só aos produtos e serviços que esse mercado produz. Os negócios criativos têm um jeito diferente de encarar a realidade.
Ao olhar para o futuro, esse nicho de mercado sabe aproveitar o potencial criativo e intelectual das pessoas, trabalhando de forma sustentável.
Neste artigo, a gente explica melhor como tudo isso funciona. Veja quais são os tópicos que você vai encontrar a seguir:
- O que é economia criativa;
- De onde ela surgiu;
- Suas 4 grandes áreas;
- O potencial do mercado criativo;
- O valor intangível da economia criativa;
- A importância da sustentabilidade para o setor;
- Os 7 pilares da economia criativa;
- Dicas para quem deseja trabalhar no ramo.
Boa leitura!
O que é economia criativa?
A economia criativa é um conceito definido por John Howkins, um professor inglês, que ficou conhecido pelo seu livro The Creative Economy: How People Make Money from Ideas (2001) – na tradução para o português, Economia Criativa: Como Ganhar Dinheiro com Ideias Criativas.
Como o próprio nome deixa claro, a criatividade é o ponto central desse novo modelo de economia.
Sendo assim, inclui todo o negócio que se utiliza da criatividade, conhecimento e capital intelectual para criar produtos e serviços. São atividades, ideias e processos que exploram o valor econômico da imaginação humana.
Falando em valor, o que caracteriza os negócios que fazem parte da economia criativa é a geração de valor intangível para o público, para quem produz ou para ambos.
É por isso que o conceito também anda junto da inovação.
Não é à toa que esse modelo é encarado como a economia do século XXI. Mais do que atender às necessidades dos nossos tempos, oferece soluções criativas que contribuem com o desenvolvimento da sociedade.
Isso sempre com um olhar voltado para o futuro e rompendo com padrões que estão obsoletos.
De onde surgiu a economia criativa?
Embora o conceito tenha ficado mais conhecido por meio do livro de Howkins, a economia criativa está presente há muito mais tempo.
Ela ganha força dentro de um contexto em que o potencial tanto humano quanto financeiro da cultura e da criatividade começam a ser mais valorizados.
No Reino Unido, a primeira-ministra Margaret Thatcher publicou nos anos 1980 um relatório que apontava o peso da tecnologia e da criatividade para a sociedade.
Mas, é claro, as atividades que hoje fazem parte da economia criativa existem há centenas de anos.
Aqui, o principal ponto é pensar que nas últimas décadas temos visto produtos e serviços criativos gerando lucro.
Dessa forma, um mundo de possibilidades se abre para a criação de negócios inovadores.
De olho nesse movimento, os governos começaram a dar uma atenção especial à economia criativa. Tanto é que vários países passaram a criar secretarias e políticas públicas voltadas para o setor, inclusive o Brasil.
4 grandes áreas da economia criativa
Fique sabendo que negócios de vários tipos fazem parte desse universo. Seja na forma de produto ou serviço, o que eles oferecem às pessoas são experiências cujo valor é difícil de medir.
E são divididos em 13 segmentos: Arquitetura, Artes Cênicas, Audiovisual, Biotecnologia, Design, Editorial, Expressões Culturais, Moda, Música, Patrimônio e Artes, Pesquisa & Desenvolvimento, Publicidade & Marketing e TIC.
Esses segmentos são agrupados em 4 áreas:
Consumo
Fazem parte desta área atividades do Design, da Publicidade – incluindo aquelas ligadas ao Marketing, eventos e pesquisas de mercado – e da Moda.
Mídias
Inclui os negócios do setor Editorial e Audiovisual, ou seja, edição de publicações e conteúdos digitais, desenvolvimento de conteúdo, distribuição, transmissão, etc.
Cultura
A cultura é a área que engloba o maior número de atividades criativas. Entre elas, estão:
- Expressões Culturais, como folclore, artesanato e gastronomia;
- Patrimônio e Artes, como museologia, patrimônio histórico, produção e serviços culturais;
- Música, o que inclui interpretação musical, edição, gravação, mixagem;
- Artes Cênicas, como atuação, direção e produção de espetáculos de dança e teatro.
Tecnologia
Por depender do capital intelectual, os negócios de tecnologia também fazem parte da economia criativa. A categoria inclui:
- Pesquisa e Desenvolvimento;
- Biotecnologia;
- Tecnologias da Informação e Comunicação (TICs).
A maioria das empresas que fazem parte do setor são pequenas e médias. Porém, as grandes empresas também estão começando a se ligar na importância de investir em projetos inovadores.
Conheça o potencial do mercado da economia criativa
Ao conhecer as áreas que fazem parte do setor, fica mais fácil entender o tamanho da importância da economia criativa para o desenvolvimento dos países.
Mas, ao olhar para os números, é possível clarear ainda mais tudo isso.
Para você ter uma ideia, a economia criativa é o setor que mais cresce na economia global, de acordo com os dados avaliados pela Organização das Nações Unidas (ONU).
Esse crescimento se deve justamente ao poder inclusivo, transformador e sustentável gerado pela cultura de inovação e pela criatividade.
Isso, ainda, levando em conta o contexto econômico pouco favorável em que grande parte dos países se encontram nos últimos anos. Ou seja, mesmo em tempos de crise, o setor consegue dar um gás nas economias.
Só no Brasil, o setor é responsável por mais de 10% do Produto Interno Bruto (PIB).
Mas como isso é possível?
Simples assim: mesmo em tempos de orçamento apertado, em que os governos não têm verba para investir, a criatividade das pessoas segue firme e forte.
Com isso, elas são capazes de ter ótimas ideias e criar negócios que exploram sua capacidade intelectual e imaginativa.
Ainda, é um setor que impressiona pela geração de empregos e de renda para as populações. No mundo, mais de 140 milhões de profissionais trabalham com economia criativa.
Também vale a pena ressaltar o impacto social das atividades desse mercado.
Segundo a Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco), a indústria criativa é a que mais emprega jovens na Europa.
Nos países em desenvolvimento, como é o caso do Brasil, grande parte dos produtos criativos são produzidos por mulheres. Elas têm um papel fundamental, aproveitando oportunidades que talvez não teriam em outros setores.
O valor intangível da economia criativa
Já comentamos aqui no artigo sobre o valor intangível da economia criativa. Mas o que isso quer dizer?
Por trabalhar com o intelecto e a criatividade humana, é impossível quantificar o valor produzido por esses modelos de negócio.
Não é por que não se pode medir que o valor deva ser deixado de lado. Muito pelo contrário.
Afinal de contas, quando soluções inovadoras são criadas pelas empresas, acontece uma geração de riqueza importantíssima.
Portanto, podemos dizer que esse valor intangível está diretamente associado à inovação. É ela que impulsiona os negócios criativos.
Levando em conta a competitividade do mundo, a inovação é um valor que deve estar no centro de tudo.
E uma das coisas mais valiosas é a força que a inovação traz para o desenvolvimento humano. Esses modelos de negócios trazem uma responsabilidade maior para os profissionais em relação à própria evolução.
Dessa forma, a economia criativa funciona como uma ferramenta de transformação econômica. Ela cria novos empregos e favorece o progresso dos países de forma sustentável.
Qual a importância da sustentabilidade para o setor?
Hoje é impossível para as empresas ignorarem a questão da sustentabilidade.
Afinal, as formas de produção com as quais o mundo estava acostumado já não têm como estar em harmonia com o planeta.
Para a economia criativa, a sustentabilidade é fundamental.
Um relatório da ONU mostrou que os negócios criativos criam soluções adequadas para enfrentar os desafios do meio ambiente. Através de processos e relações humanas sustentáveis.
Diferentemente do consumo de massa, a economia criativa parte de uma lógica de respeito em relação à natureza e às pessoas.
Por isso, existe um cuidado na hora de escolher os recursos que vão ser usados em seus processos.
Em vez de produzir massivamente, estocar e desperdiçar matérias-primas, os negócios criativos estimulam o consumo inteligente, reutilizam materiais e até se responsabilizam pelo descarte.
É neste ponto que a economia criativa se diferencia: na aliança entre inovação e sustentabilidade. Isso sem falar na promoção da diversidade, que é mais um valor reforçado pelo setor.
A partir desse novo jeito de encarar o mundo, pequenos e médios negócios conquistam cada vez mais espaço no mercado.
Conheça os 7 pilares da economia criativa
O britânico Tom Fleming é uma das referências quando o assunto é economia criativa.
Para entender melhor como fazer as ideias irem para frente, vale a pena conhecer os pilares. Segundo o especialista, trazem lições importantes:
1. Pessoas
Os trabalhos operacionais, ou seja, mais automáticos e repetitivos, devem muito em breve ser substituídos pelas máquinas.
Nesse cenário, o diferencial vai estar na criatividade.
Nas disputas pelos talentos, o cuidado para não desperdiçar é um ponto de atenção. Isso porque o sucesso na economia criativa depende do capital social.
2. Espaços de criatividade
Ainda que as ideias estejam soltas no ar ou na mente das pessoas, a economia criativa precisa de lugar para acontecer.
Portanto, é preciso não apenas criar como também garantir espaços físicos e virtuais onde a criatividade possa ser explorada.
Isso depende tanto das iniciativas individuais quanto de políticas nacionais e urbanas.
3. Propriedade intelectual
Como outras, a economia criativa tem o objetivo de gerar renda para os profissionais envolvidos.
Para isso, é necessário saber como monetizar as criações intelectuais, o que demanda conhecimento e formação de especialistas no assunto.
4. Infraestrutura digital
A tecnologia exerce um papel importante na economia criativa. Logo, garantir uma infraestrutura digital adequada é fundamental.
Este é um ponto de atenção no Brasil.
Embora os brasileiros sejam engajados nas redes sociais, o país ainda enfrenta dificuldades de acesso à internet por motivos estruturais e econômicos.
5. Retrato
O quinto pilar se refere aos desafios na hora de medir os resultados econômicos. Afinal, o modo de fazer isso ainda está baseado no passado.
É preciso ter dados para mostrar para as pessoas a importância da economia criativa para o desenvolvimento humano e sobrevivência do planeta.
E, sem dados suficientes, a dificuldade de criar políticas públicas voltadas para o setor só aumenta.
6. Dinheiro
Se o objetivo é colher bons frutos, os investimentos nos lugares certos são necessários. É por isso que o dinheiro é um dos pilares.
Um grande ponto positivo é que os retornos não são só monetários, especificamente.
Afinal, os investimentos aumentam as atividades e criam mais empregos na indústria criativa.
7. Alavancagem
Para atrair recursos, é preciso se mostrar, passar uma imagem positiva para ter influência.
Como alavanca, os países usam o chamado “soft power”. Ou seja, seu poder de convencimento por meios culturais e ideológicos.
Dicas para quem deseja se dar bem na economia criativa
Ficou interessado em atuar ou quer expandir seus trabalhos no setor? Então, não deixe de conferir as dicas valiosas que trouxemos para você a seguir:
Identifique novas necessidades
Se o objetivo é criar produtos e serviços relevantes, o primeiro passo é entender as necessidades das pessoas.
A partir disso, você pode usar seu potencial para desenvolver as melhores soluções, sempre levando em conta os valores fomentados pelo setor.
Entenda como funciona um empreendimento
Mesmo que você não se veja no papel de gestor, saber tocar um negócio é importante, sabia?
Isso inclui entender, por exemplo, sobre finanças, captação de recursos, gestão de tempo e marketing.
Fortaleça o networking
A colaboração entre as pessoas é o que move a economia criativa. Portanto, estreite os seus laços profissionais e aproveite as oportunidades de conhecer gente nova.
Além de abrir portas na sua carreira, os colegas permitem trocar experiências enriquecedoras para o seu trabalho.
Invista em qualificação profissional
Quem disse que sua formação deve parar na graduação? Investir em conhecimento nunca é demais.
Por isso, busque cursos que possam contribuir com os caminhos que você deseja seguir na sua carreira.
Então, quer ajuda para se destacar no setor?
Como deu para perceber, a economia criativa tem tudo para continuar crescendo daqui para frente.
Mas, se você quiser garantir seu espaço, precisa correr atrás dele!
Por que não começar pela busca de um curso que se paute na criatividade? Visite o site do IED e conheça as diferentes modalidades oferecidas pela instituição!